Minha história é pouco confusa para as pessoas que não entende muito bem o real significado da palavra amor ou que nunca viveram tal situação em suas vidas. Talvez tenham vivenciado alguma paixão mais não um verdadeiro amor. Um amor igual ao meu que quebrou barreiras, que esteve além dos limites da compreensão humana entre dois mundos: os dos mortos e dos vivos.
Acredito que oque ocorreu comigo tenha acontecido também com outras pessoas não sei, só sei que quando se ama verdadeiramente uma pessoa nada interfere nessa sensação única do universo, mesmo após uma tragédia.
Nasci na cidade de Manaus capital do estado do Amazonas no Brasil e no mesmo dia em que vim ao mundo nessa cidade um bebezinho chamado Laura também estava nascendo na mesma maternidade, diferença de 4 horas do meu nascimento para o dela, onde eu nasci as 18h00 em ponto e ela as 22h07 do dia 10 de Outubro de 1986.
Minha mãe colocou meu nome de Luciano em homenagem ao seu irmão que morreu a dois anos antes de meu nascimento em uma pescaria com meu avô no interior do estado. Nunca soubemos oque realmente aconteceu naquela noite de pescaria de 84, apenas que ele desapareceu ao mergulhar no rio Negro para remover algumas plantas e cipós enrolados na hélice do motor de popa.
Meu pai era um policial militar da capital que conheceu minha mãe em um arraial de São João que ocorria na cidade no mês de junho.
Certa noite ele me contou que foi sem dúvida um amor a primeira vista e que não êxito em momento algum de ir até ela tentar conhece-la, mesmo ela estando acompanhada de minha avó e de mais duas tias minhas.
Minha mãe era bastante bonita, sem dúvida uma das mulheres mais bonitas naquele momento no arraial.
Ela tinha 25 anos e era a caçula de uma família de cinco irmãos, três mulheres e dois homens.
Seu nome era Maria Santos e estava no último ano de economia na Universidade Federal do estado e trabalhava em uma indústria no famoso Pólo Industrial de Manaus o PIM, na época como montadora de uma fábrica japonesa de motocicletas mas já procurando algo melhor para sua vida, uma vez que já estava concluindo o curso superior.
Minha avó materna era antes de se casar com meu avô uma agricultora ou pode se disser uma camponesa. Morava no interior da capital numa cidade chamada Tefé ajudando seus pais na plantação e colheita de frutas e verduras. Viviam únicos e exclusivamente da terra, tudo que precisavam pra sobreviver vinha da terra e do grande Rio Amazonas.
Minha avó se chamava Hilda Santos e quando se casou com meu avô vieram morar na capital para buscar crescimento financeiro objetivos em suas vidas.
Compraram uma casa na zona sul de Manaus num bairro que estava iniciando seu processo de infra-estrutura que posteriormente se chamaria bairro do São Francisco.
Era uma casa bem simples para um casal que estava acabando de se casar, era de alvenaria e devia ser de metragem de 6 x 10 não me recordo muito bem. Recordo-me apenas que quando era criança lá pelos meus 8 ou 9 anos achava aquela casa tão grande, com escadas enormes e portas de vidros gigantescas, sem contar com o corredor de entrada que parecia mais um túnel para outra realidade. Como seria legal voltar a esse período em minha vida, onde eu e meus primos Samir, Diego, Hugo e Matheus só queríamos saber de disputar entre si quem era o melhor em todas as brincadeiras. Pena que minha máquina a essa hora já deva ter sido destruída, pois se não tivesse já teria voltado para esse período também.
Meus avôs montaram um pequeno lanche no centro da cidade, o lanche da Hilda que ficou bastante famoso nas redondezas do local e foi através desse lanche que meus avôs maternos criaram e sustentaram seus cincos filhos durante tanto tempo.
Meus avôs montaram um pequeno lanche no centro da cidade, o lanche da Hilda que ficou bastante famoso nas redondezas do local e foi através desse lanche que meus avôs maternos criaram e sustentaram seus cincos filhos durante tanto tempo.